Após a Petrobras anunciar que vai reduzir em R$ 0,30 o preço do diesel, para distribuidoras a partir desta quarta-feira (27), o diretor executivo do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo e Lubrificantes de Mato Grosso do Sul (Sinpetro/MS), Edson Lazarotto, destacou ao Correio do Estado que o impacto será de R$ 0,26 nas bombas de todo o Estado.

 

"Com a redução de 0,30 centavos na refinaria, e o impacto para os postos deverá ser em média de 0,26 centavos, pois existe na composição do diesel 12% de biocombustível. Assim que as distribuidoras começarem a repassar seu novo preço, os postos dentro da liberdade de preços de cada um, é que deverá ocorrer essa queda", apontou o diretor do Sinpetro.

 

De acordo com o levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), o valor médio do Diesel em Mato Grosso do Sul é de R$ 6,03 (comum) e R$ 6,08 (S10). Sendo assim, com a redução, passará a custar em média R$5,77 (comum) e R$5,82 (S10).

 

No entanto, em Campo Grande, nossa equipe de reportagem encontrou a variação de preço de R$5,89 a R$5,65 no Diesel comum. Com isso, o valor médio na Capital poderá ser de R$5,51.

 

A economia pode durar pouco

 

Cabe destacar que conforme noticiado anteriormente pelo Correio do Estado, o Programa de Integração Social (PIS) e a Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (Cofins) que estão com a incidência zerada para o óleo diesel, voltarão a ser cobradas sob o combustível, a partir de janeiro de 2024.

 

"Importante destacar que no dia 1 de janeiro retorna a alíquota do Pis e Cofins sob o Diesel, o que impactará em R$0,33 por litro", ponderou Lazarotto.

 

Diante do retorno das alíquotas federais, o economista Marcio Coutinho destaca que a ação terá como efeito direto o aumento dos preços dos combustíveis e também reflexo na inflação, uma vez que deve pressionar a média do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

 

"O óleo diesel mais caro vai influenciar todo o processo, toda a cadeia e logística que envolve o combustível, como é o caso do transporte, e consequentemente impactará o consumidor", destaca.

 

Coutinho explica que o efeito cascata ocorre porque a maioria dos produtos é transportada em caminhões que utilizam o combustível fóssil. 

 

"Esse custo obviamente será repassado na ponta, ou seja, para o consumidor final e, por fim, repercutir em uma inflação mais alta no próximo período", detalha o economista.

 

SUELEN MORALES & SÚZAN BENITES