O Ministério da Saúde confirmou nesta sexta-feira (3) que a morte suspeita por intoxicação de Matheus Santana Falcão, de 21 anos, em Campo Grande, foi incluída no balanço nacional de casos relacionados ao consumo de metanol. Em todo o País, já são 113 notificações, sendo 11 confirmadas e 102 em investigação.
De acordo com a pasta, São Paulo concentra mais de 90% das notificações, com 101 registros (11 confirmados e 90 em análise). Pernambuco aparece com seis casos suspeitos, seguido por Bahia e Distrito Federal, com dois cada. Paraná e Mato Grosso do Sul notificaram, até agora, um caso em investigação cada.
Saúde alerta sobre riscos e espera medicamento que reduz efeito do metanol
O levantamento aponta ainda 12 mortes relacionadas à intoxicação por metanol. Uma foi confirmada em São Paulo, enquanto outras 11 seguem sob análise — oito no próprio estado, uma em Pernambuco, uma na Bahia e uma em Mato Grosso do Sul.
Para reforçar a resposta ao surto, o Ministério da Saúde informou que adquiriu 4,3 mil ampolas de etanol farmacêutico, antídoto utilizado no tratamento desse tipo de intoxicação, e já providencia a compra de mais 5 mil tratamentos.
Também foram acionadas agências reguladoras internacionais e a Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) para a obtenção de unidades de fomepizol, outro medicamento eficaz contra o envenenamento por metanol, mas de difícil acesso no mercado global.
O ministério orientou estados e municípios a notificarem imediatamente qualquer caso suspeito. Além disso, foi instalada uma Sala de Situação nacional para monitoramento das ocorrências, que permanecerá ativa enquanto houver risco sanitário.
Caso em MS — Matheus Santana morreu em Campo Grande após apresentar sintomas graves de intoxicação, possivelmente por metanol, tornando-se o primeiro caso suspeito registrado em Mato Grosso do Sul.
Ele deu entrada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do bairro Universitário consciente, relatando náuseas, vômitos e mal-estar gástrico, mas seu quadro se agravou rapidamente, culminando em parada cardiorrespiratória e óbito cerca de 1h30 após a chegada à unidade.
Amostras de sangue e urina foram coletadas e encaminhadas ao Lacen (Laboratório Central) para análise toxicológica.
A investigação inclui a recolha de frascos de bebidas alcoólicas na residência da vítima e em estabelecimentos do Jardim Nashville, conduzida pela Polícia Civil, Procon e Vigilância Sanitária.
A Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) informou que segue protocolos de rotina e que até o momento não foram detectadas substâncias adulteradas em bebidas comercializadas na cidade.
Por Guilherme Correia, de São Paulo
|