Costa Rica, município localizado no norte de Mato Grosso do Sul, está prestes a se tornar um dos principais centros de produção de bioenergia do país. A Atvos, empresa de bioenergia que tem o fundo árabe Mubadala entre seus maiores sócios, confirmou nesta semana ao governador Eduardo Riedel (PP) o investimento de R$ 2,36 bilhões em três novas plantas industriais no Estado, sendo uma delas em Costa Rica-MS. A informação foi divulgada pelo próprio governador ao jornal Correio do Estado. O pacote de investimentos contempla:
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Uma planta de biometano em Nova Alvorada do Sul, considerada a maior do mundo em sua categoria.
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Duas usinas de etanol de milho: uma em Nova Alvorada do Sul e outra em Costa Rica-MS.
Cada unidade de etanol de milho receberá R$ 1 bilhão e terá capacidade para produzir cerca de 250 milhões de litros de etanol por ano, além de gerar DDGS (grãos secos de destilaria com solúveis) e energia elétrica. As novas fábricas serão integradas às usinas de etanol de cana-de-açúcar já existentes da Atvos, promovendo sinergia operacional e eficiência energética. Segundo Riedel, as plantas terão duas etapas de desenvolvimento, com possibilidade de duplicação logo após a conclusão da primeira fase. Cada unidade processará 534 mil toneladas de milho por safra, podendo dobrar essa capacidade até o final de 2027. “Este empreendimento, em três anos, estará consumindo 2 milhões de toneladas de milho”, afirmou o governador ao Correio do Estado. Sustentabilidade e transição energética As novas usinas se alinham aos três eixos do plano de governo de Riedel: segurança alimentar, sustentabilidade e transição energética. O modelo adotado pela Atvos tem potencial para operar com emissões líquidas zero de carbono, reforçando o compromisso da empresa com práticas sustentáveis. “Essas usinas já são grandes absorventes de carbono e serão ainda mais. É um painel solar biológico: está pegando luz do sol e transformando em energia, comida e combustível”, destacou o governador. Além do etanol e da energia, a Atvos também planeja ampliar sua atuação com a produção de biometano e SAF (combustível sustentável de aviação). A planta de biometano, que utilizará vinhaça e torta de filtro como matéria-prima, terá capacidade de produzir 28 milhões de m³ por safra e deve entrar em operação em novembro de 2026. Mobilidade e mercado regional Inicialmente, o biometano será utilizado na frota própria da Atvos, mas há planos para comercialização regional, especialmente com a expansão da rede da MS Gás. Cidades como Rio Brilhante e Nova Alvorada do Sul poderão ser beneficiadas com o fornecimento do combustível, ampliando o impacto positivo do projeto. Mato Grosso do Sul em ascensão Com esse anúncio, o Estado ultrapassa a marca de R$ 80 bilhões em investimentos privados contratados, consolidando-se como um dos principais polos de bioenergia, celulose, mineração e agroindústria do país. Perfil da Atvos Atualmente, a Atvos opera oito usinas de cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil, sendo três delas localizadas em Mato Grosso do Sul. Desde que passou a ser controlada pelo fundo árabe Mubadala, a empresa anunciou, no ano passado, a intenção de investir R$ 10 bilhões em novos negócios voltados à bioenergia. Entre os segmentos contemplados estão a produção de biometano, etanol de milho e combustível sustentável de aviação (SAF). No entanto, na ocasião, a companhia não detalhou quais seriam os projetos específicos nem o cronograma previsto para os investimentos. |