O ex-governador de Mato Grosso do Sul, Reinaldo Azambuja, prepara-se para assumir oficialmente a presidência estadual do Partido Liberal (PL) no próximo dia 21 de setembro, em evento marcado para as 9h no Ondara Buffet Palace, em Campo Grande. A cerimônia de filiação contará com a presença de lideranças nacionais como Valdemar da Costa Neto, presidente nacional do PL, e Tenente Portela, atual presidente estadual. Também foram convidados nomes de peso da direita brasileira, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, o senador Flávio Bolsonaro e Michele Bolsonaro. Azambuja chega ao PL com a missão de reorganizar a direita sul-mato-grossense e liderar a oposição ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Estado. “Temos um adversário comum e precisamos estar coesos nesse propósito. O Brasil precisa de um novo caminho”, afirmou o ex-governador, que também sinalizou disposição para disputar uma vaga no Senado. “Se o grupo político entender que contribuo e se for para trabalhar por Mato Grosso do Sul e pelo Brasil, estou pronto para a missão”, declarou, ponderando que ainda é cedo para definições eleitorais. A movimentação ocorre em meio a um cenário político turbulento, marcado pela recente condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 27,3 meses de prisão, perda de direitos políticos e cassação da patente de capitão da reserva. A decisão provocou um abalo nas estruturas do bolsonarismo, especialmente em Mato Grosso do Sul, considerado um dos redutos mais fiéis ao ex-presidente. Com isso, novas alianças e rearranjos partidários estão em curso. Reinaldo, que lidera o grupo político dominante no Estado, articula para manter a unidade da direita e garantir a reeleição do governador Eduardo Riedel (UP), além de pavimentar sua própria candidatura ao Senado. A relação com o PT, que foi essencial no segundo turno das eleições de 2022, se deteriorou após Riedel se posicionar contra a prisão de Bolsonaro. O rompimento culminou na entrega de cargos pelo partido e na exoneração de subsecretários indicados pela sigla. Apesar do apoio nacional, a filiação de Azambuja enfrenta resistência interna no PL. Marcos Pollon e João Henrique Catan, ligados à ala mais bolsonarista do partido, se opõem à chegada do ex-governador, que até recentemente era adversário político. Pollon, inclusive, perdeu a presidência estadual do PL após Azambuja fechar um acordo nacional para apoiar Beto Pereira (PSDB), o que levou Bolsonaro a substituí-lo por Tenente Portela. A mudança provocou uma reformulação nas candidaturas do partido, com nomes como João Henrique sendo impedidos de concorrer. O ex-governador Reinaldo Azambuja (PSDB) compartilhou dia 11, em suas redes sociais, a nota oficial emitida pelo Partido Liberal (PL), assinada por seu presidente nacional, Valdemar da Costa Neto dizendo que ontem “foi um dia triste para o Brasil”. Antes de assumir, Reinaldo buscou diálogo com a maioria dos filiados, exceto Pollon, que fez um discurso público contra sua filiação. A ausência de conversa entre os dois reforça a tensão interna e evidencia os desafios que Azambuja terá para consolidar sua liderança no PL. Com o apoio de figuras influentes e a promessa de fortalecer a base conservadora no Estado, Reinaldo Azambuja inicia uma nova fase política, mirando o Senado e a reconfiguração da oposição a Lula em Mato Grosso do Sul. |