No total, estão sendo cumpridos 16 mandados de prisão e 59 mandados de busca e apreensão em Terenos e Campo Grande na operação do Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado) e do Gecoc (Grupo Especial de Combate à Corrupção).
Em Terenos, foram cumpridos nove mandados de prisão: prefeito Eduardo Henrique Wancura Budke (PSDB); servidor Valdecir Alves Batista; Sansão Inácio Rezende, dono da Construtora e Empreiteira Real; Genilton da Silveira Moreira, dono da Base Construtora e Logística, empresa de manutenção de redes de distribuição de energia elétrica; Nádia Mendonça Lopes, proprietária da Lopes Construtora e Empreiteira Ltda; Hander Luiz Correa Grote Chaves, proprietário da HG Empreiteira & Negócios Ltda; Fernando Seiji Alves Kurose, sócio da Construtora Kurose; empresário Eduardo Schoier, da Conect Construções e Orlei Figueiredo Lopes, ex-proprietário da Cerealista Terenos.
A reportagem apurou que o prefeito foi preso em casa, por volta das 6h. A van com os nove presos saiu às 12h20 da delegacia.
Desde as primeiras horas da manhã, a movimentação foi intensa na delegacia da cidade, principalmente de advogados em busca de informações sobre as prisões.
O advogado Cauê Siqueira, que representa Hander Luiz e Eduardo Schoer, diz que seus clientes não participaram de licitação e, por isso, estranhou os mandados de prisão.
A Operação Spotless, que significa impecável, em português, apura pagamento de propina a servidores e fraudes em licitações da prefeitura, em contratos que somam R$ 15 milhões. As provas desta fase da investigação foram extraídas de celulares apreendidos na Operação Velatus, deflagrada em agosto de 2024.
Segundo a investigação, a organização criminosa era liderada por um agente político, que controlava núcleos de atuação dentro da administração municipal. O grupo se valia de servidores públicos corrompidos para direcionar editais e simular concorrência em processos licitatórios.
Os empresários envolvidos pagavam propina para garantir tanto a vitória nos certames quanto a agilidade nos trâmites de pagamento das notas fiscais. Servidores falsamente atestavam o recebimento de obras e serviços não executados, legitimando os desvios.
Durante os trabalhos, o MPMS valeu-se de provas obtidas, especialmente a partir do conteúdo extraído de alguns telefones celulares apreendidos na Operação Velatus, compartilhadas mediante autorização judicial, que revelaram o modus operandi da organização criminosa e possibilitaram chegar ao líder do esquema. O MPMS não divulgou se essa pessoa seria o prefeito da cidade.
A operação contou com apoio operacional do Batalhão de Choque e do Bope (Batalhão de Operações Especiais).
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