O Partido dos Trabalhadores (PT) de Mato Grosso do Sul deve oficializar na próxima semana a entrega dos cargos ocupados por seus indicados no Governo do Estado. A decisão ocorre após o rompimento da legenda com a base de sustentação do governador Eduardo Riedel (PSDB) na Assembleia Legislativa. Com o retorno de Riedel da Missão Ásia viagem de cerca de 15 dias por Índia, Japão e Singapura a bancada petista pretende solicitar uma audiência presencial para comunicar formalmente a renúncia dos cargos. “Chegando, nós vamos pedir uma audiência com ele, pra fazer essa conversa com ele, comunicar ele, sobre a decisão do PT. Mas não tem uma data ainda. Creio que seja na próxima semana”, afirmou o deputado estadual Pedro Kemp. Atualmente, os servidores indicados pelo PT seguem atuando nas pastas da Secretaria Estadual de Cidadania e da Agraer (Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural). Estima-se que cerca de 20 nomes estejam envolvidos, incluindo posições de comando. Aqueles que optarem por permanecer nos cargos terão suas filiações temporariamente suspensas, conforme orientação do presidente municipal eleito Pedro Kemp. O rompimento oficial com o governo foi anunciado em 8 de agosto, após declarações de Riedel contrárias à decisão do ministro Alexandre de Moraes sobre a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O governador classificou a medida como “excesso judicial”, o que motivou o afastamento do PT da base aliada. Em resposta, o governador em exercício José Carlos Barbosa lamentou a saída e afirmou que ela ocorreu por falta de diálogo, destacando que “ninguém é insubstituível”.O presidente estadual do PT, Vander Loubet, reforçou que a decisão de deixar o governo é coerente com os valores históricos da legenda: “O PT vai sair do governo Riedel em Mato Grosso do Sul. E isso é uma decisão coerente com a nossa história e os nossos princípios. Fizemos parte por acreditar que era possível construir um projeto que colocasse o povo em primeiro lugar. Mas não vamos compactuar com políticas que se distanciam da nossa luta por justiça social, desenvolvimento com inclusão e respeito aos mais vulneráveis. Seguiremos firmes, ao lado do povo sul-mato-grossense, defendendo o que acreditamos: mais saúde, educação, moradia, empregos e dignidade para todos.” Fábio Trad próximo de se filiar ao PT Paralelamente, Vander Loubet busca avançar com a formalização da filiação do advogado e ex-deputado federal Fábio Trad. A expectativa é que o anúncio oficial ocorra em reunião com o presidente nacional do partido, marcada para quarta-feira, 20 de agosto.Embora o nome de Trad tenha sido ventilado como possível candidato ao Governo do Estado em 2026, Vander descartou essa possibilidade por ora. “Fábio também vem sem nenhum compromisso. Ele vem como militante do PT para ajudar a campanha do Lula. Não vem condicionado a ser candidato A, B ou C”, afirmou. Segundo Vander, seus esforços como presidente do PT estão concentrados em construir a ida de Fábio Trad até Brasília. “A gente vir de lá com a data marcada para a filiação do Fábio. E a partir daí a gente construir aqui no Estado uma frente democrática de apoio ao Lula”, disse. Nesta semana, o Jornal Midiamax conversou com o ex-deputado, que até poucos meses ocupava a militância do PSD. Trad deixou o partido sob o argumento de que ele estaria se atrelando ao “extremismo de direita” e se posicionou como cidadão-político. Trad afirmou à reportagem que não tem pretensão de se voltar para política regional e está com visão voltada para os desafios da política nacional. Questionado se a eventual filiação ao PT de MS poderia estar condicionada à disputa ao Senado, Trad descartou e garantiu que nunca cogitou ‘entrar na briga’ pela vaga destinada a Vander Loubet nas eleições do ano que vem. Sobre sua entrada no PT, Trad foi direto: “Não é uma filiação para disputar cargo. É uma filiação para disputar ideias, para disputar valores, para disputar princípios. É uma filiação para ajudar o presidente Lula a reconstruir o Brasil.” Com a filiação de Trad, o PT de Mato Grosso do Sul pretende fortalecer uma frente democrática em apoio ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, consolidando alianças e ampliando sua base de atuação no Estado. |