A campanha eleitoral em Costa Rica/MS, município localizado a 400 km da capital Campo Grande, segue intensa com dois candidatos disputando os votos de 22.467 eleitores aptos, segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Com 42 anos de emancipação política e administrativa, a cidade se destaca na agricultura e pecuária, sendo referência na produção de soja, algodão e milho. O orçamento estimado para 2024 foi de R$ 244 milhões, um montante significativo que deveria estar sendo aplicado para resolver desafios sociais evidentes. Apesar do potencial econômico, Costa Rica enfrenta problemas estruturais que não podem ser ignorados. A taxa de analfabetismo entre os eleitores ainda é de 5,67%, o que corresponde a 1.274 cidadãos que não sabem ler nem escrever. Em pleno século XXI, esse número é alarmante e expõe a falta de políticas efetivas para a alfabetização. A pergunta que precisa ser respondida: por que essa parcela da população continua à margem do conhecimento? Falta interesse ou simplesmente nunca receberam incentivo adequado para estudar? Além disso, 25,59% dos eleitores (5.750 pessoas) possuem apenas ensino fundamental incompleto, o que reforça a necessidade urgente de estratégias que promovam o acesso à educação de qualidade para adultos. Como esperar que os cidadãos exerçam sua plena cidadania se lhes falta o mínimo essencial: conhecimento? Enquanto isso, o número de eleitores com ensino superior completo é de apenas 9,95% (2.235 pessoas), um índice preocupante considerando as oportunidades educacionais existentes. Será que a falta de incentivo governamental desestimula o interesse pelos estudos? Biometria, Eleitorado Jovem e Experientes na Urna No quesito tecnologia eleitoral, 91,55% dos eleitores (20.569 pessoas) já estão cadastrados na biometria, um avanço positivo. No entanto, 1.898 eleitores (8,45%) ainda não foram registrados, o que pode indicar falta de acesso a serviços ou desconhecimento sobre a importância do cadastro. Outro dado preocupante diz respeito aos jovens eleitores. Apenas 63 homens e 64 mulheres com 16 anos votarão pela primeira vez, enquanto entre os de 17 anos, são apenas 96 mulheres e 89 homens. Um número extremamente baixo, o que revela desinteresse ou descrença na política local. Os candidatos se preocuparam em engajar esse público? Ou simplesmente ignoraram esses futuros votantes, permitindo que a renovação política não aconteça? Se os políticos não procuram os jovens, como esperar que eles se interessem pelo processo eleitoral? Por outro lado, Costa Rica tem 225 mulheres e 208 homens com mais de 79 anos aptos a votar, cidadãos que carregam quase o dobro da idade da própria cidade e esperam que os candidatos ofereçam qualidade de vida, saúde e respeito a quem ajudou a construir esse município. Será que os políticos estão atentos às necessidades desse público ou apenas os veem como números nas estatísticas eleitorais? Outro aspecto que merece atenção é que apenas quatro eleitores estão registrados com nome social, o que pode demonstrar que a inclusão ainda caminha a passos lentos, diante dos olhares de reprovação que muitos ainda enfrentam. Disputa pela Prefeitura e Câmara Municipal Costa Rica tem dois candidatos à prefeitura, ambos com mais de cinquenta anos e carreiras públicas distintas. Cleverson Alves dos Santos (PP), atual prefeito, busca a reeleição. Formado em Direito, já atuou como policial militar e delegado da Polícia Civil. Do outro lado, Manuelina Martins Arantes Cabral (MDB) possui três mandatos como vereadora e foi Secretária Municipal de Educação por 14 anos, com formação e mestrado na área. A eleição também conta com 78 candidatos disputando 11 cadeiras na Câmara Municipal, o que representa uma diversidade de concorrentes buscando um lugar no Legislativo local. Mas será que esses candidatos realmente querem trabalhar pelo povo ou apenas ocupam espaço sem apresentar soluções concretas? Oportunidade de Mudança ou Manutenção? Diante dos desafios enfrentados pela cidade, os governantes têm diante de si um grande dilema: atuar para resolver os problemas que afetam a população ou manter o discurso vazio de sempre? A alfabetização, a valorização dos jovens na política e o respeito aos idosos são pautas que não podem ser esquecidas. O eleitor precisa cobrar, questionar e exigir compromisso real daqueles que buscam governar Costa Rica. A política não pode se limitar a promessas vazias e discursos inflamados durante a campanha. É hora de transformar intenção em ação. Afinal, o futuro da cidade depende das escolhas feitas agora. Hora da Notícia |