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Educação
08/11/2009 - 10:53
Escola integral é saída para proteger a juventude do tráfico
Foto: Midiamax
Midiamax
“(...) adolescentes são suspeitos de cometerem assaltos em residências nos bairros Jardim Bela Vista, Vilas Boas e TV Morena, regiões da cidade onde se concentram casas de luxo”.

“(...)Aos policiais, um dos adolescentes informou o endereço de um ponto de venda de drogas localizado no bairro Cristo Redentor”.

“O menino de 12 anos de idade disse que não é usuário de droga”. “(...) ele estaria numa rua perto de sua casa, no conjunto Dalva de Oliveira, quando apareceram por lá os três colegas no Honda Fit”.

“(...) ele não sabia que o veículo havia sido roubado pelos colegas e que estava “morrendo de medo” da mãe, que trabalha como empregada doméstica”.

O Midimax noticiou no dia 3 de novembro o episódio da megaoperação policial montada na região do Jardim Jerusalém. A princípio a busca que contou até com helicópteros seria para prender bandidos de alta periculosidade. Ao chegar no local a reportagem se deparou com Daniel (*), 12. Um menino franzino, de boné, acuado, dentro do carro da polícia. Os três colegas dele, também adolescentes, tinham invadido uma casa no Jardim Bela Vista e pego o ‘carrão’. Ao encontrar os três, Daniel deixou a bicicleta e foi andar no Honda Fit.

Com medo da mãe, ele negou ser usuário de droga, chorou e foi levado para a Delegacia da Infância e Juventude. No rosto envelhecido, as marcas deixam a suspeita da dependência. Os policiais disseram que tudo aconteceu por conta das drogas.

Dias antes, a reportagem entrevistou a promotora da Infância e da Adolescência Vera Bogalho sobre a influência da droga na vida da juventude. Especialista em jovens infratores, ela não tem dúvidas ao dizer que diante da realidade brasileira, em que pais trabalham o dia todo e muitas famílias têm apenas como chefe de família as mães, a única saída para proteger os adolescentes do tráfico é as escolas tornarem-se período integral.

Eis a entrevista:

Midiamax – Até que ponto o uso de drogas alimenta o tráfico?

Vera Bogalho – Primeiro que a maioria dos atos infracionais é praticado pelos jovens com menor poder aquisitivo e pela falta de escolarização. Também tem o problema da desestrutura e a dinâmica familiar.

Midiamax – Como seria essa dinâmica?

Vera Bogalho – Os pais são os provedores e ambos trabalham fora ou só a mãe cuida do filho. A mulher é separada, divorciada ou viúva.

Midiamax – Ou seja, as crianças ficam muito sozinhas...

Vera Bogalho – E em casa esse jovem vai para as ruas e entra em conflito com a lei porque esse adolescente fica sem limite e isso tem que ser feito na infância.

Midiamax – Há a falta de limites e o tráfico entra nessa brecha?

Vera Bogalho - Amor não é ceder. Na infância há a necessidade de você impor limites. E essa situação só poderá ser revertida com um investimento nas escolas período integral. Só isso pode diminuir a criminalidade. Hoje, a gente tem muito jovem de classe média alta inserido na criminalidade.

Midiamax – Mas, o jovem de classe média alta tem condições de além da escola freqüentar outros tipos de atividades...

Vera Bogalho – Mas ai é que está. Há uma falta total de limites.

Midiamax – No caso do jovem de família abastada há o excesso de liberdade do poder de ter e comprar o que quiser?

Vera Bogalho – Ele pode tudo e acha que pode comprar tudo. Na rua, ele tem muita facilidade e para fazer parte do grupo faz o primeiro uso da maconha e depois da pasta base, crack.

Midiamax – E quem tem pouco potencial aquisitivo?

Vera Bogalho – Esse jovem pratica pequenos furtos para poder ter uso da droga. Faz parte do histórico de 90% dos adolescentes em conflito com a lei. Eles furtam, roubam e estão no tráfico. É preciso ficar bem claro que eventualmente praticam homicídio. O homicídio é um ato isolado.

Midiamax – A Andi (Agência Nacional de Notícia dos Direitos da Infância) já divulgou dados de que grande parte dos homicídios são praticados por adultos e não por adolescentes.

Vera Bogalho – É preciso investir na prevenção.

Midiamax – O que a senhora acha da obrigatoriedade no tratamento para dependentes químicos?

Vera Bogalho – Importante sim para o jovem menor de 18 anos porque ele não tem discernimento para querer ou não a desintoxicação. Já para o adulto é discutível no meu ponto de vista.

Midiamax – No caso dos jovens o que a senhora defende? E a punição não devia ser mais rígida pelo fato do usuário sustentar toda a rede do tráfico?

Vera Bogalho – Como o pai e a mãe são detentores do poder familiar cabe a eles decidirem pelo tratamento. Se não tivesse o usuário, não teria o tráfico. O usuário necessita de tratamento médico.

Midiamax – Mas hoje as pessoas reclamam da falta de locais especializados para isso... Alessandra Carvalho

Realidade brasileira exige investimento do Estado na juventude e nas escolas de período integral


Vera Bogalho – O Estado tem que investir em clínicas adequadas de tratamento. Senão não resolve. O que se tem que fazer é trabalhar na prevenção porque esse jovem será adulto. Investir com urgência em políticas públicas caso contrário vai superlotar os presídios e não vai adiantar. O menor de 18 anos tem que ser encaminhado para clínica de tratamento e o tráfico precisa ser coibido.

(*) Nome fictício para proteção do adolescente conforme preconiza o Estatudo da Crianças e do Adolescente
    
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